sábado, 27 de junho de 2009

O terceiro é o relacionamento

Muitas vezes as pessoas se perguntam quando finda um relacionamento, mas porquê? Parecia que ia tudo bem, com os altos e baixos que inevitavelmente as relações tem. Se você se faz esta pergunta com certeza tem um bocado de maturidade. Porém muitas vezes o problema não é com o que você fez ou deixou de fazer, mas com o seu parceiro ou parceira. O problema aqui não esta relacionado com juízos de valores: bem ou mal, certo ou errado. E sim com a questão da quantidade de compromisso que conseguimos ter com a relação. Eu sempre imagino que quando nos envolvemos com alguém aparece um terceiro componente ou parceiro: a própria relação. E para que este companheiro seja amado é preciso fazer algumas tarefas da Alma. É preciso, como diz Clarissa Estés, não só ser forte, mas também sábio. Esta sabedoria consiste em conseguir fazer uma viagem, encarar determinados medos, fazer algumas tarefas. Muitas pessoas ingenuamente acreditam que amar não dá trabalho nenhum e muitas vezes usam o outro como um anestésico para solidão, porém “quando estamos vazios e procuramos por amor só encontremos mais vazio e solidão”. Afinal, quais seriam estas tarefas e podemos desenvolvê-las mesmo quando estamos sozinhos. A resposta é sim para a segunda pergunta, pois podemos estar comprometidos com os relacionamentos mesmo não tendo no momento nenhum relacionamento amoroso. Porque é no relacionamento com a nossa própria alma que podemos ter bons relacionamentos, mesmo que eles acabem, terminem, morram.
Quanto as tarefas, são elas:
1ª tarefa: ser capaz de enxergarmos-nos como realmente somos. De forma honesta e verdadeira: perceber os jogos que fazemos, a mentiras que perpetramos em nome do amor. Isso é encarar tudo aquilo que nós achamos que é feio em nós e ai podemos passar a olhar para o outro como ele é e não como gostaríamos que ele fosse.
2ª tarefa tem a ver com voltar nossa vida para nós mesmos. Muitos filmes, novelas e músicas sempre pregam que se você ama você não vive sem o outro. Na verdade aquele que morre para o outro já está morto para si mesmo. Isto tem mais a ver com patologias psíquicas que com amor. Quando amamos realmente somos capazes de abrir mão do nosso amor se vemos que o outro não ama a relação, não ama a si próprio. Pois não somos capazes de suprir a necessidade de amor que o outro não tem por ele mesmo.
3ª tarefa: precisamos estar dispostos a ser forte, precisamos ter coragem de arrancar todos as nossas máscaras e peles, armadilhas que fizemos para nós mesmos. Temos que ter coragem de desistir que nós temos razão, de que tem que dar certo. Precisamos nos entregar para aquilo que o momento presente nos oferece.
Um relacionamento que acaba, traz dor e sofrimento. Projetos futuros que são jogados fora, companhia que não mais esta presente, colo amigo para compartilhar as alegrias e tristezas da vida. Porém passamos por tudo isso inteiros se soubermos quem somos e aonde nossa alma quer chegar.

3 comentários:

  1. Oi Laura,
    Adorei conhecer seu blog, você disse coisas que me tocaram profundamente.
    Saudades de suas aulas!!! :)
    bjo

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  2. Lau, vc eh D+++++!!!!!!!!
    Escreve maravilhosamente bem, e fala com a alma!!!!
    Vc eh inigualavel!!!!
    bjos
    Si.

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  3. simplesmente fantástico
    continue escrevendo e nos ajudando sempre!
    beijos

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